O Estádio da Imaculada Conceição foi palco de uma manhã recheada de golos. Marítimo e Damaiense protagonizaram um duelo vibrante, intenso e imprevisível, que terminou com um empate a três golos, mas que poderia facilmente ter caído para qualquer lado. Um jogo daqueles que não se explica apenas com números sente-se.

Foto: FPF (site 20/12/2025)



Mal o apito inicial soou, percebeu-se que ninguém estava ali para gerir esforços. O Damaiense entrou destemido e foi recompensado cedo: uma bola longa, um momento de hesitação na defesa insular e Lou Martinet, atenta e oportunista, inaugurou o marcador. A resposta do Marítimo não tardou, ainda que envolta em algum insólito. Rita Coutinho colocou a bola na área e, num lance infeliz, a guarda-redes visitante acabou por a levar consigo para dentro da baliza. Estava feito o empate, mas o jogo estava longe de acalmar.

As visitantes voltaram a assumir a dianteira com frieza e eficácia. Um cruzamento vindo da esquerda, um alívio incompleto e Sara Cartaxo apareceu como manda o manual das avançadas: no sítio certo, à hora certa. O Marítimo sentiu o golpe, mas não vergou. Antes do descanso, Fatumata Sissé desenhou um momento de classe,isolada, levantou a bola com um toque subtil sobre a guarda-redes e devolveu a igualdade ao marcador. Um golo que levantou as bancadas e reacendeu a chama insular.

A segunda parte trouxe mais do mesmo: intensidade, coragem e vontade de ganhar. O Damaiense voltou a marcar, novamente por Lou Martinet, que aproveitou uma bola perdida na área após defesa incompleta para fazer o seu segundo golo da tarde. Parecia que a história se repetia, mas o Marítimo voltou a recusar a derrota. Na resposta imediata, uma jogada bem construída pela esquerda terminou nos pés de Elis Nemtsov, que rodou com elegância e atirou colocado para o fundo das redes. 3-3. Justiça poética num jogo que nunca aceitou um vencedor definitivo.

Até ao último minuto houve nervos, pernas pesadas e corações acelerados. O Marítimo controlou mais a posse, o Damaiense foi cirúrgico quando atacou, e ambas as equipas tiveram oportunidades para escrever um final diferente. Não aconteceu. O apito final confirmou um empate que soube a espetáculo.

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