Sob a chuva persistente que caiu sobre o Estádio Municipal de Aveiro, a Seleção Portuguesa Feminina encerrou o ano com um desfecho duro de engolir: uma derrota por 5-0 frente ao Brasil, numa noite em que mais de 15 mil adeptos estiveram nas bancadas, mas nem isso bastou para travar a avalanche canarinha.

O ambiente prometia festa, mas o enredo depressa mudou de tom. Mal o relógio tinha cruzado os dois minutos quando Gabi Zanotti, surgindo como uma sombra ao primeiro poste, inaugurou o marcador com um cabeceamento indefensável após um cruzamento milimétrico pela direita. Era o aviso claro de que o Brasil não viera apenas para aquecer motores.
Portugal tentou responder de imediato, e Carolina Santiago chegou mesmo a testar Lelê com um remate de longe aos 5 minutos, mas a guardiã brasileira agarrou sem tremer. A reação portuguesa, porém, durou pouco: aos 17’, numa transição rápida que rasgou a defesa lusa, Ludmila acelerou, recebeu em profundidade e fez o segundo, empurrando Portugal para uma noite que começava a parecer demasiado longa.
O domínio brasileiro só ganhou corpo. Ao minuto 37, Ludmila voltou a escapar pelo corredor direito ,zona onde Portugal mais sofreu e serviu Dudinha para o 0-3, um golo que gelou a esperança portuguesa e confirmou o abismo entre a eficácia das duas equipas.
Na segunda parte, o esforço não chegou
Francisco Neto mexeu na equipa ao intervalo para tentar dar outra vida ao ataque, mas o Brasil continuou a ditar o ritmo. Inês Pereira segurou o que pôde, evitando danos maiores aos 52 minutos com uma defesa segura, mas a muralha brasileira parecia intransponível sempre que Portugal tentava romper.
Aos 56 minutos chegou o momento mais humano da noite: Jéssica Silva caiu no relvado e foi prontamente ajudada… por Ludmila, sua adversária e algoz da primeira parte. O estádio levantou-se num aplauso espontâneo,, porque há gestos que valem mais do que golos.
Portugal teve então alguns flashes de esperança. Tatiana Pinto quase reduziu aos 61’, Capeta esticou-se como pôde aos 68’, mas a baliza brasileira manteve-se imaculada, bem protegida por uma defesa organizada e sempre rápida a recuperar posições.
O golpe final
Quando o relógio marcava 74’, Belinha recém-entrada, respondeu a um canto de Luany com um cabeceamento fulminante para o 0-4. Já ao cair do pano, Bia Zaneratto fechou a contagem de grande penalidade, fixando um 5-0 pesado que espelha não só a força do Brasil, mas também as fragilidades que Portugal terá de corrigir antes dos próximos compromissos.
Foi uma noite dura, daquelas que marcam e obrigam a refletir. O Brasil mostrou que está um passo à frente; Portugal terá agora de encontrar o seu próprio caminho para voltar a levantar a cabeça.
A seleção volta no próximo ano com o arranque da qualificação para o Mundial do Brasil em 2027






Deixe um comentário