A Seleção A regressou ao relvado este domingo, retomando a concentração toral para o duelo frente ao Brasil, marcado para terça-feira, às 19h45, no Estádio Municipal de Aveiro.

Foto: FPF (site 30/11/2025)



Antes de iniciar o treino, Andreia Jacinto deteve-se alguns minutos para partilhar a pulsação da equipa e a expectativa para um confronto que promete fugir à rotina.

Quando questionada sobre o que mais tem sido trabalhado pelo staff de Francisco Neto, a jovem internacional não hesitou em sublinhar o aviso que recebeu:

Disseram-me que ia ser um jogo completamente diferente daquilo a que estávamos habituadas. O Brasil tem, por exemplo, uma forma de pressionar bastante diferente de todas as seleções da Europa. Vai ser um desafio muito grande para nós porque nunca encontrámos nada assim, mas vai ser também muito interessante.”

Com 23 anos e já peça influente na Real Sociedad, Andreia explicou que enfrentar a marcação intensa da equipa brasileira vai exigir criatividade, leitura de jogo e, sobretudo, coragem para pedir bola onde dói:

“Sabemos que é muito difícil receber a bola, portanto é preciso ter variabilidade e contra-movimentos para criar espaço e conseguir receber. Isso vai ser fundamental.”

Humildade de quem sabe que nada está garantido

O estatuto conquistado no futebol espanhol não lhe sobe à cabeça. Quando confrontada com a ideia de ter consolidado o seu espaço num dos clubes mais competitivos da Liga F, respondeu sem rodeios:

“Não olho para isso como se já tivesse conquistado um estatuto. Venho sempre como se fosse a minha primeira vez, com a vontade da primeira vez.”

E acrescenta que cada quilómetro percorrido em campo lhe tem dado ferramentas para pensar e agir com maior maturidade:


“A experiência ajuda-me a estar mais preparada para resolver problemas dentro do jogo, e se isso me permite ajudar a Seleção, fico muito feliz.”

Responsabilidade de ser referência

Com naturalidade, mas também com sentido de missão, Andreia reconhece o impacto que tem nas gerações que começam agora a sonhar com a camisola das quinas:

“É um orgulho poder ser referência para as meninas que agora crescem a ver futebol feminino, algo que nós não tínhamos quando começámos a jogar. Mas isso traz responsabilidade, porque elas começam a olhar para nós dessa forma. É importante fazer as coisas bem e motivá-las a serem o melhor que podem ser.”

Entre treino, compromisso e inspiração, a Seleção volta a erguer-se para mais um teste internacional. E enquanto a bola não rola em Aveiro, fica a certeza que este grupo viaja com a ambição de quem quer transformar desafios inéditos em novas conquistas.

Deixe um comentário

Tendência