O futsal feminino vive o seu primeiro Mundial, e Portugal decidiu ser protagonista. Ainda com um jogo por disputar frente à Nova Zelândia, a seleção das quinas já garantiu o que muitos julgavam sonho distante: a passagem aos quartos de final. Duas vitórias, seis pontos e um futsal cheio de alma a liderar o grupo C.

Depois do estrondo inicial diante da Tanzânia com uma vitória por 10-0 que deixou meio mundo a piscar os olhos, Portugal voltou à quadra para enfrentar o Japão, teoricamente o adversário mais complicado do grupo. E foi aí que o coração português falou mais alto.
O encontro começou tenso, ponto a ponto, como se ambas as equipas esperassem que a outra respirasse primeiro. O Japão entrou organizado, veloz, metódico. Portugal respondeu com criatividade, paciência e aquela teimosia saudável que tantas vezes nos leva mais longe do que imaginamos.
A explosão chegou ao minuto 16. Primeiro, Ana Azevedo encontrou um espaço mínimo e transformou-o em ouro, fazendo o 1-0. Segundos depois, Kaká interceptou um passe ingénuo e disparou para o 2-0 que mudou completamente o ritmo do jogo. A capitã e a camisola 11 assinaram o capítulo perfeito da primeira parte. Ao intervalo, Portugal respirava confiança.
Mas o Japão não baixou os braços. Voltou do descanso com a intensidade no máximo e reduziu para 2-1, num remate certeiro de Sara Oino. A PhilSports Arena sentiu o jogo ferver. Era ali, naquele momento, que se percebia de que fibra é feita uma equipa candidata a algo maior.
Portugal resistiu. Sofreu. Organizou-se. Teve Ana Catarina Pereira gigante entre os postes e a equipa inteira a jogar com a cabeça fria, mesmo quando o Japão arriscou tudo com guarda-redes avançada. E foi precisamente nesse desespero nipónico que Ana Azevedo, recuperou a bola e lançou um míssil de meio-campo para o 3-1 final. Um golo que não só fechou o jogo, como abriu caminho para a história.
A fase de grupos ainda não terminou, falta o duelo com a Nova Zelândia, mas o essencial está feito. Portugal lidera o grupo C, soma duas vitórias em dois jogos e carimba, com mérito e autoridade, a passagem aos quartos de final do primeiro Mundial feminino de futsal.
E a sensação que fica é simples: isto pode mesmo estar só a começar.






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