Na noite em que o futebol mexicano voltou a respirar emoção pura, foi o Tigres quem ergueu a voz mais alto. Com o Estádio Universitário a pulsar como um coração gigante, o Tigres conquistou a Apertura e confirmou, mais uma vez, porque é a verdadeira força dominante do futebol feminino no México.

Antes de chegarem à grande final, tanto Tigres como América trilharam caminhos bem distintos. As “Amazonas” dominaram a fase regular do campeonato de abertura, terminando no topo da tabela e deixando claro que queriam o título desde o primeiro minuto. Nos playoffs, afastaram com autoridade o Juárez e o Cruz Azul. Já o América, terceiro classificado da fase regular, teve de suar mais: ultrapassou o poderoso Monterrey e enfrentou um intenso duelo contra o Guadalajara, conquistando com mérito o seu lugar na decisão.
A história da final começou dias antes, na monumental casa do América, o icónico Estádio Azteca. Aí, o primeiro capítulo foi um turbilhão de adrenalina: golos, reviravoltas e um empate a 3 que deixou o ar a cheirar a incerteza. Irene Guerrero, Scarlett Camberos e Sarah Luebbert fizeram as Águilas voar alto ainda antes do intervalo. Mas o futebol raramente perdoa quem se esquece de fechar as asas e na segunda parte Stephany Mayor, Thembi Kgatlana e Jheniffer devolveram o rugido às Tigresas, que empataram o jogo e levaram a decisão para a segunda mão.
Na segunda mão, já em casa, o Tigres entrou tranquilo… mas com fome. Aos 19 minutos, Diana Ordóñez encontrou espaço onde ninguém mais o viu e colocou a bola no fundo das redes, acendendo a chama que iluminaria o resto da noite.
A partir daí, o jogo transformou-se numa montanha-russa emocional. Aos 60 minutos, Nancy António viu o vermelho direto e deixou o América com dez, como se o desafio não fosse já suficientemente pesado. Aos 75, o Estádio Universitário quase explodiu com o que parecia ser o segundo golo da equipa da casa, mas a festa esfumou-se num instante: fora de jogo, e o marcador insistia em manter o suspense.
A verdade é que, apesar da tensão, o resultado estava traçado desde cedo. Com garra, inteligência e a serenidade de quem sabe o que é vencer, o Tigres segurou a vantagem e escreveu mais uma página dourada na sua história.
Esta vitória não é apenas mais um troféu na prateleira é o quinto título de Apertura nos últimos oito anos e garante ainda presença na super final que decidirá o grande campeão nacional. (A quem se vai juntar o vencedor da Liga Mexicana Clausura, a segunda ronda do campeonato)






Deixe um comentário