Havia um frio cortante a atravessar Londres, mas nada gelava mais do que a tensão que pairava sobre Stamford Bridge. Chelsea e Barcelona voltavam a encontrar-se numa daquelas noites europeias que já parecem ter vida própria, cheias de história, de rivalidade e de uma eletricidade que… bom, desta vez faltou literalmente.

A jogar em casa, foi o Chelsea que acendeu a primeira chama. Aos 16 minutos, Carpenter levantou a bancada com um remate que mais parecia um trovão atravessando o céu londrino daqueles que deixam qualquer um de mãos na cabeça a perguntar-se se aquilo foi mesmo real.
O Barcelona tentou responder de imediato. Pajor até chegou a festejar, mas o golo morreu na bandeira do fora-de-jogo. Só que a avançada polaca não costuma aceitar “não” como resposta é poucos minutos depois, lá estava ela outra vez a aparecer onde dói, a empurrar a bola para dentro e a empatar a partida com a frieza de quem vive para estes momentos.
Apesar do maior domínio catalão na posse, quem realmente assustava era o Chelsea. As inglesas rasgavam metros com uma facilidade desconfortável para a defesa blaugrana, obrigando Cata Coll a assumir o papel de heroína mais do que uma vez. O Barcelona, mesmo com as linhas altas, parecia preso num labirinto: muita bola, pouca clareza. Muito campo, pouca chegada.
E foi precisamente aí, com o jogo já em 1-1 e as emoções ao rubro, que aconteceu o inesperado: um apagão. As luzes fraquejaram, a transmissão caiu e o VAR foi ao chão como um telemóvel sem bateria. O estádio ficou num silêncio estranho, suspenso, como se a noite tivesse carregado no botão de pausa.
Quando tudo regressou ao normal, voltou também o equilíbrio tenso. O Barcelona tinha mais bola, mas era o Chelsea que rasgava o campo com mais veneno. As inglesas chegavam com perigo, testavam Cata Coll, forçavam erros e obrigavam as catalãs a recuar mentalmente, mesmo mantendo as linhas altas.
A segunda parte manteve o mesmo padrão, quase como um espelho da primeira:o Barça a mastigar posse; o Chelsea a morder cada oportunidade.
Aos 72 minutos a técnica Sónia Bompastor lançou Catarina Macario que entrou em campo e, antes que alguém piscasse, já estava a meter a bola lá dentro mas outra vez o VAR (quando finalmente ressuscitou) levantou a placa da irregularidade.
Carpenter ainda voltou a ameaçar aos 80 minutos com outro remate de fazer tremer a trave e metade do estádio, mas o destino parecia ter decidido que aquela noite era mesmo de empate.
O resultado não voltou a mexer. Um ponto para cada lado, um sorriso meio amargo para o Chelsea e uma liderança ainda intacta para o Barcelona, já com o passaporte carimbado para a próxima fase.
Na próxima jornada as catalãs recebem em casa o SL Benfica






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