A manhã nas ilhas parecia tranquila, mas no Campo da Imaculada Conceição o coração batia noutro ritmo. Era futebol, era luta, era VAR pelo meio e, acima de tudo, era o Racing Power a reencontrar o pulso certo, derrotando o Marítimo por 2-1, graças ao talento irresistível de Motunrayo Ezekiel, autora dos dois golos que incendiaram o jogo.

As equipas entraram ao relento madeirense com a mesma ambição, trocando investidas, medindo forças, mas sem ferir de verdade. Até que, aos 35 minutos, Madalena Marau abriu o livro: condução vertical, rasgo, visão e um passe a rasgar que deixou Ezekiel frente ao destino. A avançada nigeriana tratou do resto: toque certeiro, bola no fundo das redes, VAR a confirmar e o Racing a respirar confiança.
O Marítimo, afundado numa série de três jogos sem vencer e carregando o peso da tabela, não baixou a cabeça. A velocidade de Fatumata Sissé era a arma preferida das insulares, embora faltasse afinação na hora da verdade. Do outro lado, o Racing parecia mais adulto, mais paciente, mais frio e isso contou.
A segunda parte trouxe um Marítimo empurrado pela urgência.O equilíbrio virou domínio maritimista, mas domínio sem veneno. E, quando a equipa da casa se esticou demais, o Racing feriu.
Aos 69 minutos, nova flecha certeira: Inês Gonçalves escapou pela esquerda, cruzou com precisão cirúrgica e encontrou, claro, Ezekiel que rematou com a convicção de quem não vacila. 0-2, bis feito, jogo encaminhado.
O duelo seguiu intenso, quente, marcado por interrupções vindas da sala do VAR, que também chamaria Leonor Paiva nos minutos finais para confirmar um penálti sobre Pamela González. Sade Heinrichs reduziu com frieza aos 86’, mas já não havia tempo para recuperar o atraso.
Nos derradeiros instantes, o VAR ainda interveio para expulsar Érica Costa, acrescentando drama ao que restava. Mas o resultado ficou fechado: triunfo importante do Racing Power, que se reencontra e sobe na tabela. O Marítimo, por sua vez, sai de cabeça pesada mas com a certeza de que lutou até ao último sopro.
Na Madeira, o vento soprou forte. E trouxe com ele uma certeza: Ezekiel não veio para passear. Veio para decidir.






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