A Federação Suíça oficializou a saída de Pia Sundhage do comando técnico da seleção feminina, numa decisão tomada de mútuo acordo e que apanha o futebol europeu de surpresa. A sueca, que assumiu a equipa num período turbulento, liderou as suíças à melhor campanha da sua história num grande torneio, chegando aos quartos de final do Europeu que o país acolheu há poucos meses.



Depois de quase dois anos à frente da equipa helvética, o contrato que terminava em dezembro não será renovado. Segundo a SFV, Sundhage foi informada pessoalmente, em Estocolmo, de que o seu ciclo terminaria de imediato. Na nota oficial, a treinadora admitiu surpresa e lamentou não poder continuar o projeto que vinha construindo, mantendo ainda assim um tom cordial e agradecido.

Pia Sundhage deixa assim Suíça como quem fecha um livro a meio do capítulo. O que construiu estava longe de estar concluído, mas era sólido, vivo, promissor. O adeus precoce, inesperado até para ela, deixa uma sensação agridoce: o trabalho estava a ganhar forma, e a Euro 2025 foi a prova disso.

Poucas horas depois, e num movimento que virou a página com rapidez quase coreografada, a Suíça apresentou Rafel Navarro como novo selecionador. O técnico espanhol, até agora adjunto do Barcelona feminino, assinou até junho de 2029 e chega para dar continuidade à aposta séria que o país tem feito no futebol feminino desde o último Europeu.

Navarro deixa o Barça após seis anos de trabalho silencioso mas profundamente influente especialista em bolas paradas, figura de confiança desde os tempos de Lluís Cortés, peça-chave na engrenagem que levou o clube a dominar a Europa. A sua saída causa impacto imediato em Barcelona: Pere Romeu perde o seu braço-direito e o clube ainda não esclareceu como reorganizará a equipa técnica.

A verdade é que esta transição já pairava no ar. Por duas vezes o Barcelona optou por não promovê-lo a treinador principal, mantendo-o sempre como adjunto. Agora, a Suíça entrega-lhe o volante de uma seleção em evolução, que procurará transformar o impulso do Euro em algo mais duradouro. Navarro chega sem experiência como treinador principal, mas traz consigo o peso de um currículo construído no banco de uma das equipas mais dominantes da história.

E é assim que se fecha um ciclo e se abre outro: com surpresa, com risco, e com a sensação de que o futebol, tal como a vida, não espera por ninguém.

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