Há jogos que não precisam de enquadramento épico para se tornarem inesquecíveis. Basta o apito inicial, a bola a rolar e uma equipa decidida a transformar noventa minutos numa declaração de intenções. Foi isso que o Benfica fez esta tarde, diante de um Marítimo que tentou resistir, mas acabou engolido por uma maré encarnada que não deu tréguas: 5-0, sem discussão, sem dúvidas, sem travões.

Trinta jogos sem perder na liga. Trinta. Uma sequência que já não é apenas estatística é identidade. E hoje, em mais uma jornada da Liga BPI, as encarnadas voltaram a mostrar porque é que caminham com passo firme rumo ao topo… onde agora estão completamente sozinhas, graças ao deslize do Sporting no jogo de ontem diante do Torreense.
O jogo começou com o Benfica a entrar como entra quem sabe ao que vai: pressionante, agressivo, sempre a empurrar o Marítimo para o último terço. As madeirenses tentaram organizar-se em bloco baixo, seguras, compactas, mas a muralha durou o que pôde.
Aos 32 minutos, Anna Gasper descobriu Caroline Møller com um passe iluminado, e Møller tratou de abrir o marcador com a frieza habitual. Pouco depois, o Marítimo viu Sara Ferreira ser expulsa após acumulação de amarelos, num momento que mudou por completo o equilíbrio emocional da partida e as madeirenses viam-se assim reduzidas a 10.
Se a primeira parte foi de domínio, a segunda foi de confirmação. Logo aos 49 minutos, Møller voltou a acertar nas redes, ampliando a vantagem e o sorriso das encarnadas. Nycole Raysla, de regresso após o susto no jogo frente ao Valadares, entrou e marcou como quem nunca saiu: bomba aos 62’.
E como o Benfica não gosta de despedidas sem espetáculo, Carole Costa assinou um bis nos minutos finais primeiro com um remate oportuno, depois com um penálti tranquilo, daqueles que só quem respira liderança sabe transformar em golo.
Resultado final: 5-0. Um recital ofensivo, um domínio avassalador, uma tarde que serve de aviso a quem ainda duvida do rumo deste campeonato.
O Benfica segue invicto, isolado, confiante. O Marítimo, pelo contrário, acumula mais uma jornada difícil, ainda a tentar reencontrar o caminho que só encontrou… em Braga.






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