Em Caen o futebol foi puro teatro, França e Alemanha entraram em campo como duas forças da natureza uma empurrada pelo fervor de um estádio em chama viva, outra guiada pela calma precisão de quem sabe que um erro pode custar um sonho.

A França precisava de virar o destino. E começou a acreditar cedo. Aos oito minutos, Selma Bacha desenhou um cruzamento venenoso, e Melvine Malard voou sobre as defesas alemãs para cabecear o 1-0. O estádio explodiu. O sonho francês reacendia-se, o empate na eliminatória estava feito.
Mas quem conhece a Alemanha sabe: elas não se perdem em emoções. Aos 12 minutos, Anyomi recebeu na entrada da área, girou sobre a marcação e disparou um míssil para o ângulo. Tudo empatado. O golpe de frieza germânica que gelou o entusiasmo francês.
A segunda parte trouxe uma Alemanha mais agressiva e incisiva.Aos 50 minutos, Klara Bühl, a mesma que já tinha decidido o jogo da primeira mão, recebeu, fintou e aproveitou uma falha entre Mbock e Peyraud-Magnin e devolveu o silêncio ao público. Um golo seco, cirúrgico, daqueles que mudam o rumo de uma noite.
O jogo virou um vaivém de emoções com Brand e Schüller como uma boa dupla rasgavam a defesa francesa com a velocidade de uma lâmina, jogavam nas costas francesas e circulavam a bola em transições rápidas e seguras.Era futebol em estado puro intensidade, nervo e drama.
Do outro, a França reagiu com o coração nas mãos, empurrada pelo público que não desistia. Diani, endiabrada, fez Stina Johannes voar para uma defesa impossível, e Clara Mateo mostrava classe e persistência, insistia, esbarrava numa muralha. Mas ainda assim viram Anyomi marcar o terceiro mas a bandeira levantada anulou o delírio.
Mas as francesas não baixaram os braços. Aos 88 minutos, Diani cruzou e Matéo subiu mais alto do que todas, cabeceando para o 2-2. O estádio tremeu de fé o milagre parecia possível.
Nos minutos finais, foi um vendaval. A França lançou-se com tudo, mas a Alemanha soube sofrer. Defendeu com o corpo, com o relógio e com a alma fria de quem nasceu para vencer.
A Alemanha segue para a final da Liga das Nações onde encontrará a campeã mundial, Espanha.
No fim, ficou a sensação de que a França jogou com o coração. Mas a Alemanha, essa, jogou com o destino.






Deixe um comentário