Nesta quarta-feira, 23 de outubro de 2025, o mundo do futebol celebra uma data especial: Pelé completaria 85 anos. Mesmo após sua partida, o nome de Edson Arantes do Nascimento continua ecoando pelos estádios, campos de várzea e corações apaixonados por futebol. E a pergunta permanece no ar , Pelé era mesmo o Rei do Futebol?

Pelé com 17 anos na copa 1958.
Foto:AFP Photo/Intercontinentale

O nascimento de um mito

Nascido em Três Corações (MG), em 1940, Pelé cresceu em uma família simples, mas profundamente ligada ao futebol. Seu pai, João Ramos do Nascimento, o Dondinho, foi jogador, mas nunca teve uma carreira de destaque. Ainda assim, passou o amor pela bola ao filho desde cedo.

Pelé conta que, quando viu o pai chorar pela derrota do Brasil na final da Copa de 1950 , o famoso “Maracanaço”, diante do Uruguai, fez uma promessa que mudaria a história do esporte: disse que venceria uma Copa do Mundo para o pai e para o Brasil. Seu ídolo era Zizinho, o camisa 10 daquela trágica final, número que mais tarde seria eternizado pelo menino que nunca esqueceu aquela cena.

Aos 17 anos, Pelé cumpriu a promessa. Na Copa de 1958, na Suécia, marcou dois gols na final contra os anfitriões e conduziu o Brasil ao primeiro título mundial. O garoto sorridente, de dribles curtos e chute certeiro, transformava um sonho infantil em realidade, e se tornava ídolo nacional.

Pelé durante participação em jogo da Seleção brasileira.
Foto: Reprodução/Uol

Os números de Pelé ainda impressionam. São 1.281 gols em 1.363 partidas, segundo a contagem oficial da FIFA, marca que dificilmente será superada. Três Copas do Mundo conquistadas (1958, 1962 e 1970) o colocam em um patamar isolado: nenhum outro jogador venceu três edições do torneio.

Mas Pelé foi mais do que estatísticas. Ele reinventou o jogo com técnica, inteligência e carisma. Seu estilo combinava força e sutileza, precisão e improviso, um equilíbrio raro, que o transformou em uma espécie de “obra de arte humana”.

O símbolo do Brasil no mundo

Em plena era da televisão em preto e branco, Pelé tornou-se o rosto do Brasil para o mundo. Era o embaixador de um país alegre, criativo e apaixonado por futebol. Quando vestia a camisa amarela da Seleção, o planeta parava para assistir.

A Copa de 1970, no México, foi o auge dessa imagem: Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivellino e companhia formaram talvez o maior time de todos os tempos. Na final contra a Itália, o cabeceio de Pelé abriu o caminho para o 4 a 1 que eternizou aquela geração.

Pelé ergue o trófeu de campeão da Copa de 1970.Foto:EPU/EFP

Os novos candidatos ao trono

Com o passar das décadas, outros craques tentaram sentar-se no trono: Maradona, com sua genialidade rebelde; Messi, com sua técnica refinada e títulos incontáveis; Cristiano Ronaldo, com sua disciplina e longevidade impressionantes. Cada um teve seu momento de “rei”.

Pelé e Maradona em 1987. Foto:EPA/STR B/W Only

Mas Pelé, mesmo diante das novas estrelas, permanece único. Ele foi o primeiro a transformar o futebol em espetáculo global e o primeiro a ser amado e respeitado em todos os continentes.

Mais que um jogador

Pelé também transcendeu o esporte. Tornou-se ícone cultural, representante do Brasil em campanhas internacionais e até Ministro dos Esportes. Soube usar sua fama para promover causas sociais, sempre mantendo o sorriso e a humildade.

Pelé em 1997, quando era Ministro com o então Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Foto:AFP/ED. Ferreira/AEstado

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