O futebol feminino em Portugal entrou numa nova fase. No passado fim de semana arrancou a IV Divisão, o mais recente escalão nacional criado pela Federação Portuguesa de Futebol para a época 2025/26.

Esta mudança não surge por acaso: faz parte de uma reestruturação pensada para tornar o sistema mais equilibrado, sustentável e competitivoA pirâmide foi redesenhada. A Liga BPI reduziu-se a 10 equipas, a 3.ª Liga passou a funcionar em moldes idênticos à 2.ª (Norte e Sul), e agora surge um novo patamar que amplia a base da modalidade.
A competição apresenta-se nos seguintes moldes (nada de muito novo pois é um molde semelhante ao que antes cabia à 3 Divisão) :
• Participam 70 clubes, divididos por 12 séries (10 de seis equipas e 2 de cinco), organizadas geograficamente.
• Na 1.ª fase jogam todos contra todos, casa e fora.
• Os vencedores de cada série, mais os quatro melhores segundos classificados, avançam para a 2.ª fase.
• Os restantes seguem para a nova Taça Nacional Feminina de Promoção, garantindo que ninguém fica sem competição.
Na 2.ª fase, os 16 apurados distribuem-se em duas séries de oito. Só os primeiros de cada série chegam à final. A decisão do título e da subida faz-se numa eliminatória a duas mãos.
Mas há regras claras para assegurar justiça: se a equipa vencedora for uma equipa B e o clube principal já estiver seguro na 3.ª Divisão, a vaga passa para o adversário da final. Se esse também não tiver condições, o lugar sobe para o melhor classificado seguinte.
A criação da IV Divisão não é apenas um alargamento: é uma estratégia para dar mais jogos, mais competitividade e mais equilíbrio ao calendário. Em vez de campeonatos curtos e pouco consistentes, passa a existir uma rede mais estável, capaz de sustentar o crescimento do futebol feminino em todo o país.
Com 70 clubes de norte a sul, este novo escalão abre espaço para rivalidades regionais, proporciona contexto competitivo real a dezenas de jogadoras e reforça a ambição de um futebol feminino mais forte e organizado. Mais do que “mais uma divisão”, é um passo calculado: tornar a base larga, sólida e disputada, para que cada jogo conte e cada época tenha peso.





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