Era uma tarde em Rio Maior, mas podia ter sido em Alvalade. A bancada pintou-se de verde e branco, os cânticos ecoaram e o sonho estava ali, tão perto que quase se podia tocar.

Depois da vitória épica em Roma, com os golos de Carolina Santiago e Telma Encarnação, o Sporting carregava a esperança de colocar Portugal com duas equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões. Mas as comandadas de Micael Sequeira sabiam que a tarefa de manter a vantagem era difícil.
Mas o futebol, esse velho poeta cruel, nem sempre escreve histórias felizes.
As italianas entraram de peito feito, com a serenidade de quem sabe o caminho. A pressão era constante, os corações leoninos batiam mais rápido a cada incursão da Roma. Aos 18 minutos, um remate ao ferro fez tremer a bancada e anunciar o que estava para vir. Ainda assim, as leoas resistiam, organizadas, solidárias, acreditando que o sonho podia continuar vivo.
Até que, no último suspiro da primeira parte, o destino pregou a sua partida mais dura: Ashley Barron, no esforço de cortar uma bola traiçoeira, acabou por colocá-la na própria baliza. Um silêncio pesado caiu no estádio. O jogo recomeçava do zero, mas a maré já não soprava a favor do Sporting.
Na segunda parte, a Roma foi impiedosa. Bola cá, bola lá, posse dominada, e aos 62 minutos, Bergamaschi sentenciou a eliminatória com a calma de quem sabe finalizar grandes noites europeias. O Sporting tentou reagir, puxado pela alma das suas jogadoras e pela fé dos adeptos, mas cada ataque esbarrava na muralha romana ou nas mãos seguras de Lukásová.
O apito final não trouxe apenas o fim de um jogo. Trouxe lágrimas, abraços apertados e a sensação agridoce de quem deu tudo, mas esbarrou na realidade dura da elite europeia.As leoas caem, mas caem de cabeça erguida. Mostraram coragem, deixaram marca e provaram que podem ombrear com as melhores. Agora, seguem para a nova Europa Cup, onde terão outra oportunidade de escrever páginas de glória.Porque o sonho não acabou. Apenas mudou de palco.






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