O futebol é feito de sonhos e cicatrizes. Para o Cruzeiro, a temporada foi um despertar: terminaram a fase regular na frente, derrubaram gigantes como Bragantino e Palmeiras, acreditaram que, enfim, poderiam tocar no troféu inédito.

Foto: Corinthians

Mas para o Corinthians, era mais do que um campeonato. Era legado, história, destino.A primeira final foi de coração aos pulos. Arena Independência lotada, um duelo que oscilou entre esperança e nervos.

As Cabulosas saíram na frente com Marília e Isabela, mas as Brabas não se deixaram abalar: Gi Fernandes e Gabi Zanotti trataram de equilibrar a balança. 2 a 2 no marcador e a sensação de que nada estava decidido.

O palco final seria em Itaquera. E que palco! Mais de 41 mil vozes pintaram o Neo Química Arena de preto e branco, numa festa que fez tremer a América do Sul. O jogo foi intenso, de choque, de coragem. O Cruzeiro até assustou no travessão, mas, quando a segunda parte começou, parecia que a história já tinha sido escrita.Foi preciso apenas um instante de atenção: pontapé de canto, defesa incompleta, bola viva. Thaís Ferreira, lateral de pés firmes e alma gigante, empurrou para a rede e escreveu a página mais recente da epopeia corinthiana.

As Cabulosas ainda tentaram. Vanessinha quase explodiu as redes, Byanca Brasil desperdiçou a chance que poderia mudar o rumo da final, e no apagar das luzes Letícia Ferreira chutou para fora o que seria o empate. Mas quando o apito soou, o destino confirmou: o título tinha dona.

As Brabas, imbatíveis, alcançaram o heptacampeonato e o sexto troféu consecutivo. Nove finais seguidas. Uma hegemonia que transcende números. O Corinthians não apenas venceu: consolidou-se como sinónimo de resistência, paixão e grandeza no futebol feminino brasileiro.

O Cruzeiro sai de cabeça erguida, com a certeza de que o futuro lhes pertence. Mas, por agora, o Olimpo é corinthiano.

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