Há precisamente oito anos, o futebol feminino espanhol deu um passo que viria a mudar a sua história para sempre.

Foi a 25 de agosto de 2017 que o FC Barcelona desembolsou 50 mil euros para garantir a central Mapi León, então no Atlético de Madrid. Um valor que, olhando para os milhões que circulam hoje no futebol, pode parecer pequeno, mas que na altura significou um autêntico grito de mudança. Pela primeira vez, um clube espanhol pagava para contratar uma jogadora. O tabu estava quebrado.
Nascida em Zaragoza, a 13 de junho de 1995, Mapi chegou a Barcelona não apenas como promessa, mas como pioneira. E o tempo encarregou-se de provar que estava destinada a ser muito mais do que isso. Hoje, é vista como uma das melhores defesas centrais do mundo, ícone do Barça e figura de culto entre adeptos, estando quase sempre no top 3 das camisolas mais vendidas da equipa feminina.
Ao longo destes anos vestiu a camisola blaugrana 270 vezes, somando 20 golos e 25 assistências. Mas falar de golos de Mapi é falar de arte. Não são golos banais: são autênticos mísseis teleguiados, livres diretos que desafiam a lógica, remates de longe que levantam multidões, até golos olímpicos que ficam para sempre na memória.
Dois desses momentos inesquecíveis tiveram palco no Camp Nou:
• Em março de 2022, frente ao Real Madrid, nos quartos de final da Champions.
• Em março de 2023, contra a Roma, também na Liga dos Campeões, um remate que correu mundo, considerado por muitos o melhor disparo do futebol feminino, pela potência, precisão e distância. Nesse jogo, quando saiu substituída, o estádio inteiro levantou-se e aplaudiu de pé, com o nome “Mapi, Mapi” a ecoar pelas bancadas. Um daqueles instantes que fazem arrepiar até quem não percebe de bola.
Antes de 2017, as jogadoras mudavam-se de clube sem custos, sem contratos com cláusulas, sem transferências. A chegada de Mapi León ao Barcelona por 50 mil euros foi a primeira pedra na construção do profissionalismo em Espanha. Um marco histórico. Uma fronteira que separa o “antes” e o “depois” do futebol feminino espanhol.
Hoje, olhando para trás, percebemos: não foi apenas uma contratação. Foi o início de uma revolução.






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