Estamos a meio de agosto, setembro está à porta e em vez de anteciparmos com entusiasmo o regresso da Liga BPI, vivemos um cenário de incerteza e silêncio.

O campeonato nacional de futebol feminino, que deveria arrancar em setembro, permanece envolto em indefinições que prejudicam jogadoras, clubes e adeptos.
Até ao momento, não foi realizado o sorteio do calendário da competição, nem sequer existe uma data marcada para que tal aconteça. A situação entre o Famalicão e o Damaiense continua por esclarecer, deixando no ar dúvidas sobre as equipas que irão, de facto, participar nesta edição da Liga BPI.
Como se não bastasse, a Federação mantém-se em silêncio, sem prestar as informações mínimas necessárias para garantir a organização e a transparência que uma competição de primeira linha exige.Esta ausência de clareza é mais do que um problema administrativo: é um sinal preocupante da forma como o futebol feminino é tratado em Portugal.
Numa altura em que se pede mais visibilidade, investimento e respeito, o que se vê é precisamente o contrário, uma falta de planeamento que transmite desvalorização.As jogadoras, que trabalham diariamente para dignificar a modalidade, merecem mais. Os clubes, que investem recursos e criam condições, merecem mais. E, acima de tudo, os adeptos, que seguem com paixão o futebol feminino, também merecem mais.
Não é pedir muito: apenas transparência, organização e profissionalismo.A Liga BPI não pode ser um fantasma que aparece apenas no momento do apito inicial. Precisa de ser tratada com a seriedade que o futebol feminino conquistou dentro de campo. Ignorar estas falhas é comprometer o futuro de uma modalidade que, apesar de tantas dificuldades, continua a crescer e a inspirar.
Está na altura de a Federação mostrar que acredita verdadeiramente no futebol feminino. Porque ele já provou, vezes sem conta, que merece muito mais do que isto.





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