Na ópera intensa que é o futebol europeu, o pano vai finalmente cair este domingo em Basileia. E no centro do palco, como protagonistas de um enredo de suor, garra e ambição, estarão duas nações que já se conhecem como velhos rivais: Inglaterra e Espanha. Uma quer manter o trono. A outra sonha, pela primeira vez, em lá chegar.

Inglaterra: Drama cardíaco e Sobrevivência
A viagem das inglesas até à final não foi propriamente um passeio de carruagem dourada. Começou com tropeços, uma derrota frente à França logo na estreia (2-1), que deixou dúvidas, críticas e silêncios pesados. Mas foi também aí que se acendeu a centelha de superação.Nos quartos de final, estavam a cair aos pés da Suécia até aos 79 minutos, com duas bolas de desvantagem. Mas o que parecia impossível transformou-se numa epopeia: empate nos últimos suspiros e vitória nas grandes penalidades. Um renascer.
Na meia-final contra a poderosa Itália, o destino voltou a brincar com os nervos: Agyemang empatou aos 90+6, quando já muitos desligavam a televisão. No prolongamento, Chloe Kelly fez o impossível ao minuto 119, carimbando a passagem para mais uma final. Um verdadeiro testamento de resistência. Agora, tentam defender o título europeu que conquistaram em 2022 e sabem o peso que isso carrega.
Espanha: Uma estreia na final com alma de campeã
Do outro lado, chega uma Espanha diferente. Mais madura, mais incisiva, mais… temida. É a sua primeira final de um Europeu e não se percebe como. Com um futebol eléctrico e arrebatador, atravessaram a fase de grupos como um furacão, deixando apenas destroços de goleadas.Nos quartos de final, colocaram a anfitriã Suíça fora do caminho com um 2-0 sereno.
Mas foi na meia-final que escreveram história: frente a uma Alemanha que nunca tinham vencido, rasgaram o guião habitual. Aos 113 minutos, já sem forças e com a alma quase no chão, Aitana Bonmatí fez magia na linha de fundo, encontrou um espaço onde não havia e fuzilou uma Berger impotente. Foi o grito de uma geração que quer marcar o seu nome na eternidade.
Duelo de duas velhas conhecidas
Estas seleções têm contas por ajustar. Em 2023, Espanha venceu Inglaterra na final do Mundial, com Olga Carmona a assinar o golo que ficou na memória de milhões. Mas em 2022, as inglesas tinham afastado as espanholas nos quartos do Europeu.Em 2025, já se encontraram duas vezes. Uma vitória para cada lado. Empate técnico. Vantagem emocional? Ninguém sabe. Só o relvado poderá responder.
Domingo às 17h, na cidade suíça de Basileia, o futebol feminino europeu conhecerá a sua nova ou repetente rainha.Duas equipas. Um troféu. E um palco onde se cruzam o passado recente, o presente feroz e um futuro que promete não esquecer este jogo.
Quem vai escrever o novo capítulo?





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