Indignação, coragem e apelo à justiça marcam o desabafo de Michele Vasconcelos, que expôs publicamente a grave situação que afecta várias colegas de equipa.

Num gesto de coragem que já está a ecoar por toda a comunidade desportiva, a futebolista norte-americana Michele Vasconcelos, atualmente ao serviço do Levante Badalona, recorreu às redes sociais para denunciar uma situação que considera “insustentável”: dez jogadoras da equipa feminina ainda não receberam o salário referente ao mês de maio. Outras receberam com cinco dias de atraso.

O cenário repete-se, apesar das promessas de mudança.Vasconcelos, que chegou ao clube no início do ano, relata que estes incumprimentos salariais não são novos. “Antes mesmo da minha chegada, as jogadoras já tinham enfrentado atrasos nos pagamentos. Nessa altura, uniram-se, protestaram e forçaram o clube a cumprir as suas obrigações”, escreve.

Hoje, o problema ressurge, mesmo após mudanças internas e o fim do ciclo de Ferran Cabello como treinador principal.A jogadora sublinha o contraste gritante entre a evolução do futebol feminino noutros países e a realidade que se vive em Espanha, país das atuais campeãs do mundo.

“Nos Estados Unidos, assisti a progressos reais: melhores condições, protecção e salários justos. Mas nada disso aconteceu por acaso,foi porque as jogadoras disseram basta. Aprendi que o silêncio não muda nada. E por isso, hoje, falo”, afirma.

O apelo de Michele é claro e sentido: “É inadmissível que, em 2025, numa das principais ligas profissionais do futebol feminino, ainda existam atletas que não recebem o básico ,o seu salário. Isto não é apenas decepcionante. É revoltante. Exigimos responsabilidade. Precisamos de mudanças estruturais. E precisamos delas agora.”

Este testemunho cruza fronteiras e acende um alerta vermelho sobre as fragilidades estruturais que persistem no futebol feminino, mesmo ao mais alto nível. É mais do que uma denúncia: é um grito de justiça por dignidade e respeito profissional.

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