A tensão entre Jenni Hermoso e a Seleção Espanhola Feminina volta a intensificar-se, depois de a avançada ter ficado de fora da convocatória para o Europeu 2025, que se realiza em julho, na Suíça.

A selecionadora Montse Tomé justificou a ausência da jogadora com razões técnicas, sublinhando que outras atletas “podem render mais na posição”. No entanto, foi além da explicação desportiva, ao afirmar que Hermoso precisava de “saber gerir o seu descontentamento”.
A resposta da jogadora, através das redes sociais, foi clara e carregada de crítica:“Que se concentre em fazer de Espanha campeã da Europa ,até porque, sozinhas, talvez o consigam… e até melhor.”
Sem nunca referir diretamente Montse Tomé, Hermoso lançou ainda uma indireta cortante:“Gerir? Isso é o que outros deviam aprender a fazer. Há responsabilidades para as quais nem todos estão preparados.”
A reação surge depois de meses de ausência da atleta nas convocatórias, precisamente desde o julgamento de Luis Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola, por um beijo forçado a Hermoso na final do Mundial de 2023. Desde então, nem Jenni Hermoso nem outras jogadoras envolvidas, como Misa Rodríguez, voltaram a ser chamadas.
O afastamento coincidiu também com o lançamento do documentário “Se Acabó: Diario de las Campeonas”, onde várias jogadoras expõem situações problemáticas vividas na seleção.
Inicialmente, chegou a circular a versão de que a ausência destas atletas se devia a “mal-estar no balneário”. Mais tarde, a explicação passou a ser apenas “decisões técnicas”.
Montse Tomé afirmou ter analisado o desempenho de Hermoso ao longo da época, tendo até contactado o seu treinador no Tigres UANL, no México. Contudo, confessou que não falou diretamente com a jogadora antes de anunciar a convocatória.
“A única forma de manter uma ‘conversa’ tem sido através das redes sociais”, lamentou Hermoso, numa mensagem que deixa no ar um profundo mal-estar entre jogadoras veteranas e a atual estrutura técnica da seleção.
Com a campeã mundial e da Liga das Nações afastada, o debate volta a ganhar força: está a seleção espanhola realmente a escolher com base no rendimento, ou há feridas institucionais ainda por sarar?





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