Num duelo intenso e cheio de significados, o Flamengo bateu o Fluminense por 2-1 na última sexta-feira, em Bangu, na abertura da 11.ª jornada do Campeonato Brasileiro Feminino.

Mas o resultado, por si só, não contou toda a história.Antes do apito inicial, um gesto poderoso: as jogadoras do Fluminense, alinhadas para o hino nacional, taparam os olhos com as mãos. Um protesto silencioso, mas eloquente, contra a nomeação da árbitra Rejane Caetano , figura polémica após um lance controverso num jogo anterior da equipa tricolor. A indignação era visível, e a mensagem clara: o futebol feminino exige respeito, justiça e evolução.
Com a bola a rolar, foi Cristiane quem puxou o brilho do clássico. Aos 12 minutos, com um movimento acrobático digno de artes marciais, colocou as rubro-negras na frente. Mas o Fluminense não se deixou abalar. Lelê respondeu aos 20, com um remate de primeira que venceu Vivi Holzel e restabeleceu o empate.
A partida seguiu equilibrada, com momentos de tensão e futebol de qualidade. Gláucia, cérebro da equipa do Flamengo, distribuiu passes e comandou o ritmo. Foi Fernandinha, numa subida pelo lado direito, que aos 38 minutos da segunda parte, saltou mais alto que todas e cabeceou para o fundo das redes, selando a vitória da equipa da Gávea.
Apesar da vitória, o foco do pós-jogo recaiu sobre as palavras de Cristiane. Com voz firme, a craque desabafou sobre os problemas estruturais que há anos assombram o futebol feminino: falta de VAR, arbitragens duvidosas, ausência de apoio e, sobretudo, desrespeito.
“Se queremos organizar uma Copa do Mundo no nosso país, temos de mostrar ao mundo que estamos à altura”, disse, numa crítica contundente à falta de profissionalismo e evolução na modalidade.
Com os três pontos, o Flamengo sobe provisoriamente ao quarto lugar, somando 20 pontos. Já o Fluminense mantém-se em décimo, com 13.





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