Há histórias no futebol que doem mais do que outras. E a do Boavista Feminino, nesta época, é uma dessas. Um clube com um passado glorioso, repleto de títulos e conquistas, mergulhou num pesadelo desportivo que culmina agora com uma queda dura para a 3ª divisão nacional.

Foto: 21numero21

A temporada foi um autêntico naufrágio. Desde o apito inicial até ao último jogo, a equipa axadrezada pareceu perdida, sem chama, sem garra. Os números falam por si, e são arrepiantes.

Na fase regular, o Boavista não somou qualquer ponto: sete jogos, sete derrotas, zero golos marcados e 43 sofridos. A fase de manutenção trouxe mais do mesmo. Em catorze encontros, apenas um empate e treze desaires. Cinco golos marcados… e 62 sofridos. No total? Vinte e um jogos, uma igualdade e vinte derrotas. Um saldo devastador de 105 golos encaixados e apenas cinco celebrados.

Trata-se, sem dúvida, da pior campanha de toda a segunda divisão.

O que mais entristece é o silêncio. Um clube que em tempos foi símbolo de força no futebol feminino português, com várias conquistas da Primeira Divisão no currículo, atravessa agora um apagão quase total. Nas redes sociais, apenas resultados frios. Nada de rostos, nada de emoções, nada que mostre quem são estas jogadoras que, apesar de tudo, continuaram a vestir a camisola até ao fim. O Boavista Feminino tornou-se, tristemente, uma equipa fantasma.

Que esta queda sirva de ponto de partida para uma renovação profunda. O futebol feminino precisa do Boavista mas de um Boavista vivo, combativo e presente, como aquele que foi pioneiro na modalidade em Portugal.

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