O futebol, tantas vezes palco de conquistas inesquecíveis, também sabe ser implacável. Este fim de semana, a emoção deu lugar às lágrimas: Valencia e Betis disseram adeus à Primeira Divisão feminina com uma jornada ainda por disputar. Os resultados desta penúltima ronda foram o golpe final numa época para esquecer.

Ambas as equipas sabiam que só a vitória lhes permitiria sonhar mais uma semana com a permanência. Mas os três pontos fugiram-lhes entre os dedos, tal como a esperança. E, com isso, o destino ficou selado: descida confirmada.
O Valencia ainda mantinha a chama acesa, com mais hipóteses matemáticas do que o Betis. Mas pela frente tinha um Levante Las Planas que, a jogar em casa, lutava pela sobrevivência com unhas e dentes. O nervosismo sentia-se no ar,cada jogada, cada toque, cada falha era uma sentença.
Logo nos primeiros minutos, as valencianas sofreram um susto com um golo anulado às adversárias. Apesar da pressão, quem se impôs em campo foi o Levante, que encarou o jogo como uma verdadeira final. A recompensa surgiu na segunda parte: uma jogada brilhante de Maca Portales terminou com Julve a marcar e a deixar as catalãs a salvo e o Valencia à beira do abismo.
Mas nem com isso se renderam. Lutaram até ao fim, como tantas vezes fizeram esta época. Aos 90 minutos, Ezekiel marcou o empate após assistência de Carro. Um golo que reacendeu por instantes a esperança. Só faltava mais um. Mas ele nunca chegou. E com isso, o clube cai para a segunda divisão 18 anos depois de se manter entre os grandes.

No caso do Betis, o adeus foi ainda mais duro. Perante o seu público, sofreram uma goleada humilhante por 0-7 frente ao Barcelona. Um fim amargo para uma equipa que, em janeiro, ainda estava fora da zona de despromoção, mas que nunca mais conseguiu levantar a cabeça.
Subiram à Primeira Divisão em 2016 e, durante várias temporadas, chegaram a sonhar com os lugares cimeiros. O passado recente, no entanto, tem sido de luta constante pela sobrevivência. Nem o regresso de Joseba Aguirre, salvador do ano passado, nem a entrada tardia de Juan Rojo foram suficientes para inverter o rumo.

Agora, Valencia e Betis têm um novo desafio: reinventar-se na segunda divisão e reconquistar o lugar que um dia foi seu. Porque no futebol, como na vida, também se renasce das cinzas.






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