Na última sexta-feira, em pleno relvado do BMO Stadium, o desporto ficou em segundo plano quando Savy King, defesa central do Angel City, caiu inanimada aos 74 minutos da partida frente ao Utah Royals. O silêncio que se instalou nas bancadas foi pesado. Os olhares, incrédulos. E o tempo, por instantes, pareceu suspenso.

A jovem atleta de apenas 20 anos foi rapidamente assistida em campo pela equipa médica, que, segundo testemunhas, terá iniciado manobras de reanimação. Momentos depois, King foi levada de maca, com uma máscara de oxigénio, em direção ao hospital. A prioridade deixou de ser a bola e passou a ser a vida.

O Angel City comunicou que Savy está consciente e a responder positivamente, encontrando-se agora a realizar exames mais detalhados sob vigilância hospitalar.

A família está ao seu lado, assim como a equipa médica do clube, garantindo-lhe todos os cuidados e apoio necessários.

Mesmo após a vitória do Angel City por 2-0, com golos de Christen Press e Alyssa Thompson, o resultado foi apenas um detalhe. O que marcou a noite foi a imagem poderosa das duas equipas unidas, de mãos dadas no centro do campo, a rezar por Savy. Um gesto de humanidade, solidariedade e amor puro pelo próximo,valores que transcendem qualquer competição.

No final do encontro, o treinador do Utah Royals, Jimmy Coenraets, expressou a sua dúvida sobre a continuação do jogo após o incidente:

“Não sei se devíamos ter continuado. Os nossos jogadores estavam visivelmente abalados. Foi um momento profundamente difícil.”

A antiga colega de equipa no Bay FC, Alex Loera, liderou uma emotiva oração no final do jogo. Não foi apenas um gesto simbólico, foi um verdadeiro abraço coletivo, mesmo à distância, de todos os que fazem parte desta família do futebol feminino.

Hoje, mais do que nunca, recordamos que o futebol é feito de pessoas. E quando uma delas cai, todos nos unimos para a levantar.