Jogam na elite. Dão tudo em campo. Mas fora dele… esperam. E esperam. Por salários que não chegam.

Segundo avançou ontem o Expresso o Estoril e o Damaiense falharam o pagamento dos salários às suas jogadoras. Posto isto sobe para três o número de equipas na Liga BPI que passaram por esta situação na presente época. De recordar que o Vilaverdense equipa recém despromivida já tinha tido os mesmos problemas há umas semanas atrás
Enquanto o talento cresce e as conquistas aumentam, a base treme. Jogadoras que treinam como profissionais, competem como profissionais, mas vivem com incerteza ,porque não sabem se vão receber ao fim do mês.
A disparidade entre clubes é enorme. E por isso a próxima época já vem com mudança: menos equipas, mais exigência. A Liga BPI passará de 12 para 10 clubes, numa tentativa de elevar o nível e reduzir situações como estas.
A verdade é que, apesar dos apelos para o aumento de equipas na primeira divisão, o futebol feminino em Portugal ainda não está preparado para esse passo. Existem clubes com estrutura, compromisso e condições para competir ao mais alto nível ,mas, infelizmente, continuam em minoria.
A desigualdade torna-se ainda mais evidente quando olhamos para a terceira divisão. É aí que percebemos, com maior clareza, a necessidade urgente de criar divisões distritais que sustentem e organizem melhor a base da modalidade.
As três ligas nacionais não são suficientes para suportar o crescimento saudável e sustentável do futebol feminino em Portugal.
É impensável termos 3 equipas a disputar a elite no futebol com esta falta de condições e profissionalismo para quem veste e honra ao maximo as cores e o escudo de cada clube.
As ligas existem, os sonhos também , mas a realidade continua dura demais.
Salários em atraso não são só números por pagar. São noites mal dormidas, rendimento afetado, e uma falta de respeito por quem dá tudo dentro de campo. O futebol feminino português precisa de crescer. Mas não pode crescer à custa de quem o faz acontecer.





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