A dor que não se vê, mas se sente, uma lesão, um grito mudo no relvado, uma carreira interrompida. A FIFA acaba de financiar um estudo promissor que pode transformar a forma como cuidamos do corpo feminino no futebol.

Pela primeira vez, uma equipa de investigadores da Universidade de Kingston, em Londres, vai mergulhar fundo numa ligação ainda pouco explorada: o impacto do ciclo menstrual nas temidas roturas do ligamento cruzado anterior (LCA), uma das lesões mais devastadoras para as jogadoras.
Ao longo de um ano, especialistas em biomecânica e ciência do desporto vão acompanhar atletas de elite, recolhendo amostras de sangue, monitorizando hormonas e analisando cada fase do ciclo menstrual. A meta? Descobrir se certas fases tornam as jogadoras mais vulneráveis a este tipo de lesão.
“Queremos perceber se o corpo feminino, em constante mudança ao longo do mês, está a dar-nos sinais que ainda não soubemos ouvir,” explica Simon Augustus, professor envolvido na investigação. “Se compreendermos melhor esses sinais, talvez possamos prevenir lesões que, hoje, parecem inevitáveis.”
Clubes de renome como Chelsea e Fulham já estão envolvidos, abrindo as portas às cientistas para recolher dados em campo e fora dele. Serão estudadas desde as cargas de treino à forma como as atletas saltam, aterrando com a força de quem carrega um jogo, e por vezes, o próprio mundo nos joelhos.
A esperança? Que os resultados ajudem treinadores e equipas médicas a adaptar treinos, prevenir o pior e proteger o que o futebol tem de mais valioso: as suas jogadoras
A ciência está a ouvir o corpo das mulheres e isso pode significar um grande avanço e cuidado no futebol feminino.





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